domingo, 8 de junho de 2014

O Espírito

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O Espírito

Um dia, um médico materialista resolveu questionar um de seus pacientes que ele sabia ser seguidor da doutrina espírita.

Enquanto examinava o rapaz o médico foi logo perguntando:

“Você tenta ajudar os espíritos com a sua doutrina?”
“Sim!” Respondeu.
“Você já viu um espírito?”
“Não!” Disse o paciente.
“Você já ouviu um espírito falando?”
“Não!” Falou o espírita.
“Você já sentiu algum espírito?”
“Não!”

“Pois bem”, completou triunfante o médico, “temos aí três argumentos contra, e um a favor da existência do espírito ou da alma. Logo se conclui que, segundo a lógica, não existe nem um, nem outra.”

O paciente então perguntou ao médico:

“Você, como médico, já viu uma dor?”
“Claro que não!” Respondeu rápido.
“Você já provou uma dor?”
“Não!”
“Você já cheirou uma dor?”
“Não!”
“Você já sentiu uma dor?”
“Sim!” Disse, finalmente o médico.

“Pois bem,” concluiu o paciente, “temos aí três argumentos contra e um a favor da existência da dor. Apesar disso, você sabe que existe a dor, e eu sei que existem espíritos!”

Somos feitos de sombra e luz. Somos seres materiais, sujeitos a todas as mudanças da matéria. E somos espíritos, com riquezas latentes e esperanças radiosas.

Cada alma humana é uma projeção do grande foco eterno. Temos em nós os instintos dos animais mais ou menos comprimidos pelo trabalho longo e pelas provas das existências passadas.

Temos também em nós a crisálida do anjo, do ser radioso e puro, que podemos vir a ser pelas aspirações do coração e pelo sacrifício constante do eu.

Somos seres que tocamos as profundezas sombrias do abismo, com os pés e com a fronte, as alturas fulgurantes do céu.

Quanto mais se eleva o espírito e se purifica, tanto mais se torna acessível às vozes do alto.

Tudo o que vem da matéria é instável. Tudo passa. Tudo foge. Os montes a pouco e pouco vão sendo abatidos pela ação dos elementos.

As maiores cidades se convertem em ruínas. Os astros se acendem, resplandecem. Depois apagam-se e morrem.

Só a alma é imperecível, imortal.

Acima das civilizações extintas, sobrevivem as almas.

Através dos tempos, a alma caminha, adquirindo conhecimento. Vê sempre se abrirem novos campos de estudos e descobertas.

Paulatinamente, vai descobrindo que por toda parte reina a ordem, a sabedoria, a providência e seu entusiasmo e sua confiança aumentam cada vez mais.

Seu destino é a perfeição. À medida que vai adquirindo virtudes, ela saboreia de maneira mais intensa as felicidades da vida espiritual.

Deus conhece todas as almas, que formou com o seu pensamento e o seu amor.

Ele as deixa percorrer vagarosamente as vias sinuosas, subir os desfiladeiros sombrios das existências terrestres, acumular pouco a pouco em si os tesouros de paciência, de virtude e de saber, que se adquirem na escola do sofrimento.

Mais tarde, amadurecidas pelos raios do sol divino, saem da sombra dos tempos e suas faculdades desabrocham em feixes deslumbrantes.

Daí em diante são luz que irradia e se revela em obras refletindo o próprio criador.

Equipe de Redação do Momento Espírita, a partir de mensagem de autor desconhecido, e do cap. IX do livro O problema do ser, do destino e da dor, de Léon Denis, ed. FEB.

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